Neurociência e educação: 5 ensinamentos para melhorar a escola

melhorar a escola

Nos últimos anos, uma atenção especial começou a ser direcionada às possibilidades da neurociência e educação. A neurociência é uma área de estudo relacionada à medicina que trabalha na interface de várias áreas de estudo; dentre elas, a psicologia, a pedagogia, a biologia, a anatomia, a genética, a fonoaudiologia, a tecnologia, a física, a filosofia e muitas mais.

Ela está contribuindo muito para esclarecer o que acontece no cérebro humano da sua formação até seu envelhecimento. Por isso, tem ajudado os educadores a entender o que acontece no cérebro quando ele entra em contato com novas informações, como ele processa essas novidades e de que forma o aprendizado se torna conhecimento para a vida toda.

Na última década do século 20, denominada a Década do Cérebro, começamos a conhecer muito do que sabemos hoje sobre o funcionamento do cérebro. Antes disso, sem as novas técnicas de imagem, não era possível ver o cérebro em funcionamento. Até os anos 50, por exemplo, nada se sabia sobre a existência de sinapses químicas cerebrais.

Com as pesquisas e investigações das últimas décadas, sabemos que tipo de estratégias funcionam melhor para que a aprendizagem seja mais eficaz. A neurociência servirá para embasar uma nova teoria da aprendizagem, visto que as descobertas conduzem a novas abordagens, muito diferentes da que está sendo utilizada na maioria das escolas. Ela, com certeza, irá incentivar uma nova visão de avaliação, de ensino e de currículo.

Abaixo 5 ideias básicas descobertas por pesquisas de neurociência e educação para quem quer começar a entender como funciona o cérebro que aprende:

“Aprender significa criar memórias de longa duração”

Foi o que escreveu Kandel, um neurocientista ganhador do Prêmio Nobel em 2006. Além disso, a aprendizagem acontece quando conseguimos resgatar essa memória e aplicar de forma inovadora e criativa na resolução de problemas, aliando os estudos à vivência, à imaginação e às necessidades de fazer diferença no mundo.

Segundo a neurociência, aprender modifica o cérebro
A pesquisa de laboratório fornece provas de que a aprendizagem modifica a estrutura física do cérebro, tornando-o mais funcional. A experiência afeta o cérebro que, por sua vez, se beneficia positivamente dela – o que aprendemos age em nível celular, impondo novos padrões de organização do cérebro.

Toda criança é cientista
Pesquisas recentes descobriram que “as crianças mais novas têm uma boa compreensão dos princípios básicos da biologia e da causalidade física, dos números, das narrativas e dos objetivos pessoais”. Com essa afirmação, podemos perceber a necessidade de introduzir conceitos importantes desde a tenra idade e para isso é necessário que pensemos em currículos inovadores.

Ninguém é incapaz de aprender
O cérebro é plástico e tem a capacidade de criar novas conexões entre os neurônios durante toda a vida. Não dá para acreditar que o aluno nasce com uma quantidade fixa de inteligência ou é incapaz de aprender algo novo. O professor tem papel fundamental quando ensina o aluno a ter autonomia e vontade de aprender, mostrando as suas capacidades e fortalecendo a autoestima.

Atenção é uma escolha, não uma característica inata
A atenção não é uma característica de alguns alunos, mas uma decisão de focalizar em determinado assunto ou situação, que acontece cem mil vezes por dia. Ou seja, é possível ensinar o aluno a ter mais concentração.

Os professores precisam conhecer as pesquisas neurocientíficas, e relacionar conhecimentos da neurociência e educação, para construir currículos baseados no desenvolvimento cerebral e, além disso, para que se beneficiem dessas novas descobertas, trabalhando em sala de aula de forma a facilitar a aprendizagem.

Ensinamentos da neurociência para a educação: Concentração não é uma habilidade inata, ela pode ser adquirida.
A neurociência não é uma “receita de bolo”, mas ensina a olhar e adaptar estratégias diferenciadas para atingir os objetivos. Ela corrobora com muitas práticas já utilizadas, mas também sugere que, em qualquer sala de aula, devemos usar múltiplas estratégias, estímulos visuais, auditivos, táteis, olfativos, senso de humor, afetividade. Quanto mais diversidade de estratégias, maior a certeza de que o conteúdo chegará à memória de longa duração. Afinal, o que o cérebro faz melhor é aprender: sua função é otimizar comportamentos, usando informações recebidas com eficiência.

Autoria: Kátia Chedid

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